quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Mediun

Médiuns Umbandistas



O QUE É SER UMBANDISTA:


Ser umbandista é ser resignado.
Ser umbandista é alterar um conceito e um modo de vida.
Ser umbandista é evitar os costumes e as atitudes que nos afastam da presença de Deus.
Ser umbandista é ter dedicação total, é ter aprimoramento contínuo e vigilância duradoura contra as atitudes que nos afastam do bem.
Ser umbandista é ter como meta a caridade, a bondade, a verdade e o amor divino.
Ser umbandista é ter vontade, ter perseverança para dissipar as controvérsias e dificuldades que tanto nos afastam do caminho justo e luminoso.
Enfim, ser umbandista é ser aplicador das leis de Deus e como Ele, será - sem dúvida - apedrejado por injustiças, por ignorâncias ou por maledicências, mas, como recompensa, terá a paz e o verdadeiro significado do sentimento de amor e caridade.


ALGUNS MANDAMENTOS DO MÉDIUM UMBANDISTA


1) Não ter no coração os sentimentos de superioridade, nem desejos de comparações desnecessárias.
2) Ter como primordial a vontade de alcançar o prometido em esferas superiores e demonstrar aos seus semelhantes.
3) Que os olhos da observação sejam o complemento de seus ideais mediúnicos: a curiosidade desnecessária atrai longo tempo perdido.
4) Não fazer justiça segundo seus interesses menores, a verdadeira sabedoria é estar vigilante consigo mesmo.
5) Não ser um ditador de normas e condutas, mas sim um orientador através de exemplos dados, através de suas atitudes.
6) Ter confiança nas entidades que o cercam, nem sempre se enxerga as verdades com os olhos da matéria. Está escrito: o que se colhe é o que se plantou.
7) Não acumular trabalhos desnecessários, nem se sobrecarregar com conversações fúteis. Guardar o tempo, pois a serenidade tem que ser o principal exemplo, e esse só é demonstrado com o equilíbrio


MÉDIUNS DE UMBANDA




Para sermos um bom médium, primeiro não devemos nos envaidecer dessa faculdade, visto não ser um premio, e sim um meio para trabalhar em beneficio de irmãos sofredores, problemáticos ou portadores de mal psicológicos.
A mediunidade é para servir e não ser servida.
· Temos que ser irmãos verdadeiramente;
· Nos preocuparmos com as pessoas que se encontram na nossa assistência;
· Ter nossas obrigações sempre em dia;
· Zelar por tudo que diz respeito aos nossos Orixás;E o mais importante ter AMOR à religião!
É necessário que o médium encare o seu trabalho mediúnico como uma missão, estudando, se preparando, sintonizando seu coração e sua mente com espíritos elevados e amigos, e ai poderá cumprir satisfatoriamente a missão que lhe foi confiada.
O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível.
Para termos uma boa incorporação, precisamos de alguns preparos antes e durante nossos trabalhos como:
- Tomar os banhos necessários;
- Fazer sempre firmezas para os guias;
- Se preparar para uma boa concentração;
- Buscar uma boa irradiação;
- Manter uma boa vibração;
- Nunca passar à frente dos guias.


MEDIUNIDADE

A mediunidade é um dom ou faculdade que a criatura possui para comunicar-se com o mundo dos espíritos. Através da mediunidade entramos em relação com os nossos guias protetores, parentes mortos e pessoas falecidas, etc.

1) Ela pode ser de vários tipos:
a) Incorporação: o médium vai se desenvolvendo, deixando-se envolver pelo espírito até que se dá a incorporação, isto é, o guia parece tomar o lugar do médium e por ele fala, ouve e atua.
b) Vidência: o médium tem a capacidade de enxergar os espíritos.
c) Audição: o médium tem a capacidade de ouvir os espíritos.
d) Psicografia: o espírito manda mensagens escritas pela mão do médium.
e) Materialização: o médium fornece um fluído nervoso invisível, do qual os espíritos se utilizam para materializar-se e aparecer.
f) Efeitos Físicos: Psicocinésia ou Fiptologia: na qual os espíritos provocam fenômenos físicos, tais como ruídos, pancadas nas mesas, paredes, levantam as mesas, arremessam objetos, etc.
g) Intuição: o médium tem avisos de fatos que ainda estão para acontecer através de sonhos ou até mesmo acordados.
2) Tipos de transe mediúnicos:
a) Consciente: médiuns que sabem o que está ocorrendo no momento em que a entidade atua. Geralmente este tipo de transe acontece quando a pessoa está se desenvolvendo, razão de muitos não crêem estar recendo comunicação com as entidades.
b) Semi-consciente: tipo de transe mais comum entre os médiuns, onde parte da consciência é perdida. Ora escuta, ora não, ora enxerga, ora não.
c) Inconsciente: em que não se tem conhecimento do que acontece no momento do transe. Tipo de transe muito raro entre os médiuns. De mil médiuns um é totalmente inconsciente.
A mediunidade não é um prêmio que Deus dá a determinadas pessoas, mas um meio pela qual possam trabalhar em benefício de irmãos sofredores, problemáticos, ou portadores de mal psicológicos e, em consequência, de si mesmos.
É mais um castigo que uma recompensa.
Sua prática é ainda penosa, obrigatória e com imensos sacrifícios, em que o médium, já Babalaô ou não, esquece-se e vive para os outros. Daí não haver razão para que se julgue superior, envaidecendo-se de sua faculdade.
A mediunidade é para servir e não para ser servida. Quem dela faz instrumento para satisfação de seus interesses pessoais, sofrer-lhe-á as consequências futuras. Por isso o médium deve buscar seu aperfeiçoamento moral e o aprimoramento de sua cultura, para oferecer aos guias e protetores condições e ambiente em que possam trabalhar em prol do irmão aflito, eis que ambos necessitam de evolução. Tanto médiuns como espíritos-guias se irmanam na busca de ascensão espiritual, que lhes dê uma existência feliz no futuro.

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Há médiuns trabalhando determinado tempo na seara umbandista que por desconhecimento do processo mediúnico, são descrentes da própria faculdade de se comunicarem com espíritos, muito embora sintam “algo estranho”, alegando não terem certeza de que estão realmente “tomados” pelo guia ou orixá (orixá aqui, no sentido de protetor) ou se são vítimas de puro animismo. Animismo significa, em termos mais originais, manifestações da alma. Julgam serem eles próprios, “os cavalos”, agindo em lugar do protetor. Não crêem, porque em certos casos ou em quase todos, recordam-se do que passa durante o transe. Explicando melhor, o médium desconfia não haver entidade alguma atuando nele, não obstante, procede de modo estranho, sem que saiba explicar o motivo. Aliás, caso corriqueiro tanto na Umbanda, Candomblé, como no Kardecismo.
Tal preocupação se justifica, porque muitos pais-de-santo não informam o que acontece frequentemente no desenvolvimento, pois embora também tenham passado por esta fase de dúvidas, estão esquecidos do que lhes sucediam quando treinavam a mediunidade, isto é, quando se desenvolveram havendo, logicamente, raras exceções.
Em princípio, quando o candidato a médium necessita de desenvolvimento e é colocado na corrente, a entidade - caboclo, preto-velho, marinheiro, etc. - vai envolvendo-o com seus fluídos, procurando entrosar-se e o duplo etérico do aluno para, posteriormente, influenciar-lhe a rede nervosa cerebral, processo geralmente lento, metódico, mas perceptível, até a completa e perfeita incorporação. No início, regra geral, o médium observa certos movimentos, influências e impulsos contrários ao próprio comportamento normal, mas de maneira um tanto superficial.
A razão disso é misturarem-se os pensamentos do guia com os do “cavalo” inclusive mesclando-se também as ações, temperamento, inclinações, conduta, gostos, trejeitos, etc.
O candidato torna-se então o médium ainda consciente do que faz.
A medida que a incorporação vai se ajustando, aperfeiçoando, o médium também vai, pouco a pouco, perdendo a consciência passando a semi-inconsciente e até mesmo a inconsciência.
Não devemos nos esquecer que existem médiuns que trazem a qualidade de “médiuns conscientes”; esses, com o passar do tempo, perderão sua consciência na hora do transe ou incorporação.
Quando não há esclarecimento devido a consciência no princípio do desenvolvimento, o próprio médium julga estar mistificando. Enfraquecendo-lhe a fé, a confiança e, descrente, frustra-se, desanimando, chegando mesmo a afastar-se do terreiro, perdendo a Umbanda um excelente médium que, futuramente, poderia prestar relevantes serviços aos irmãos infelizes e necessitados.
Raras são as vezes que o médium se deixa incorporar corretamente pelo guia, permanecendo inconsciente; se ao contrário isso ocorrer, é porque a mediunidade se desenvolveu despercebida e automaticamente, abafada, porém, por um motivo qualquer: seja medo, descrença, falta de tempo. Como os guias não descuidam de seus tutelados, preparam-no de modo que a própria pessoa não percebe o processo mediúnico, embora lhes ocorram fatos dolorosos e insólitos, que o impulsionam em busca de frutificação espiritual.
Então sua mediunidade amadureceu espontaneamente. Se resolve enfrentar a realidade, eis que a incorporação explode imediatamente. Mas, casos que, confrontados com os normais, são considerados raros. Conhecemos casos de pessoas que recebem seus guias na cama, dormindo. No dia seguinte acordam médiuns desenvolvidos e já atuantes.
Na verdade, quando o sujeito se submete ao processo mediúnico, no início e mesmo muito tempo depois, ele ainda consciente, sabendo o que faz, malgrado o faça - conforme percebe - contra a sua vontade, pelo simples fato de misturar suas idéias às dos guias. Como se vê, esta é uma das explicações porque, em certas ocasiões, as previsões, os conselhos, os remédios ministrados pelos guias não alcançam a eficácia desejada.
Eis que o pensamento “alheio” em mistura com o seu próprio, pode dar a sua sugestão, em lugar de oferecer a do protetor. ã medida que o tempo decorre, vai ele se familiarizando com a intuição estranha e perdendo gradualmente a consciência. Os médiuns conscientes, com o tempo, aprendem a diferenciar as idéias próprias com as da entidade incorporada.
Se isso acontecer com você, não se assuste, não desanime, nem duvide da presença do protetor. Ambos, você e ele estão trabalhando, e o seu “anjo de guarda” saberá conduzi-lo de modo a que torne um perfeito intérprete das lições do mundo astral.

Início da Mediunidade – Por que ficamos ansiosos?

A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa.Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como :
Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade;
Ficar com os pontos cantados ecoando na mente;
Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados;
Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa;
Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas;
Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto;
Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos;
Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade;
Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede;
Querer incorporar logo;
Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade;
Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações;
Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados;
Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer;
Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas;
Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista;
Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor;
Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém;
Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável;
Que suas entidades deêm logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos;
Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados;
Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades;Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de se acontecer. E de fato é.O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouví-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista. Disperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.
E o velho adágio popular é verdadeiro : “Pau que nasce torto, morre torto”...
A
Busca da Inconsciência


Acredito que hoje a incorporação com inconsciência ou semiconsciência é algo que se conquista com o tempo e, também, que todos têm a possibilidade de atingir este nível de mediunidade. Claro que a consciência, assim como a semiconsciência, são oportunidades únicas e divinas que temos para aprender o que é compaixão e para exercer a nossa real reforma íntima. No entanto a inconsciência parece ser o “sonho de consumo” para muitos médiuns e para eles nada melhor do que o tempo. Mas por que o tempo? Porque com o tempo aprendemos a entender o plano astral e a confiar na Espiritualidade e nos Guias Espirituais que nos sustentam mas, principalmente, aprendemos a amar. Entender o plano astral é fundamental e quando isso não acontece bloqueamos as informações do próprio astral. O fato é que se não conhecemos, por exemplo, as ações maléficas de um egum não as reconheceremos a nível energético ou espiritual e, com certeza, as ações do Guia, assim como a comunicação dele conosco, será muito difícil e duvidosa pois a insegurança e o medo serão alimentados pela nossa falta de conhecimento.
Também é fundamental confiar nos Guias Espirituais e para isso é importante conhecê-los. É importante saber quais são suas afinidades com as ervas ou com as pedras, seus pontos de força, suas vestimentas, suas armas e seus símbolos astrais. Conhecer suas formas de trabalho como, por exemplo, se são curadores, demandadores ou doutrinadores, assim como saber se a nossa ligação com este Guia é cármica, missionária, temporária (com a finalidade de aprendizado para ambos) ou se Ele é nosso protetor. E por aí vai! São informações simples mas que fazem toda a diferença pois servem para que se criem laços “de baixo para cima”, afinal os laços de cima para baixo já existem, além de facilitar muito todo o trabalho espiritual e a própria incorporação.
A partir daí o medo e a insegurança começam a diminuir e, com certeza, as coisas ficam muito mais simples. Uma frase que sempre digo é que “não se pode amar aquilo que não se conhece” e a Umbanda, assim como os queridos Guias Espirituais, necessitam de nosso amor. Um amor de alma, que se manifesta na hora de alegria mas, principalmente, na hora da dor. Quando falamos em amar falamos em não julgar. Aí está a verdadeira manifestação do ser como “instrumento”, manifestação essa tão solicitada pelos Guias Espirituais e que muitas vezes somos testados pelo próprio plano astral. Um bom exemplo disso é quando ouvimos dos consulentes erros idênticos àqueles que convivemos ou combatemos em nosso dia a dia junto à nossa família, nossos amigos ou conosco mesmo. Nesse momento somente um verdadeiro instrumento de Deus. ou seja, um médium confiante na espiritualidade e com amor incondicional para realizar uma boa consulta junto com o Guia, sem julgar ou interferir.
Claro que podemos acelerar esse tempo e para isso temos duas necessidades: Primeiro a de estudar a doutrina Umbandista e segundo a de exercitar aquilo que conscientemente ouvimos dos Guias Espirituais de Luz. Necessidades essas que, na verdade, representam todo um processo de Fé, Amor, Compaixão e Caridade e que devem ser exercitadas por todos os Umbandistas incondicionalmente. Aos que galgam a inconsciência para terem Fé, para se esconderem atrás dela se isentando de suas responsabilidades ou para fazerem dela suas muletas de ego e vaidade, saibam que é muito mais honroso a realização de um bom trabalho no limite da consciência ou semiconsciência do que uma manifestação grandiosa mas inconsciente.
Mãe Mônica Caraccio

VEJO TUDO ESTOU MISTIFICANDO?
O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações.
É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”.
Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes.
A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião.
Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto.
Não se acanhe em dizer que é consciente, pois a insistência dessa postura pode levá-lo a falhas que aí sim, dará margens à suspeitas de mistificação.
Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade.
Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam.

EU SOU MÉDIUM... o que eu faço?
EU SOU MÉDIUM DE "INCORPORAÇÃO". MAS... O QUE É ISTO?
No caso específico dessa minha mediunidade, eu sou médium de "incorporação" porque eu sou dotado da seguinte capacidade extrafísica: Em determinados momentos e sob determinadas circunstâncias, determinados desencarnados podem utilizar todo o meu corpo físico - "por empréstimo" - para eles realizarem palestras, darem passes mediúnicos, fazerem consultas espirituais, etc.
POR QUE EU TENHO MEDIUNIDADE DE "INCORPORAÇÃO"?
Porque, antes de eu encarnar nesta minha atual vida física, o meu pedido para nascer médium de "incorporação" foi aceito e, conseqüentemente, eu me comprometi a bem cumprir o meu Mandato Mediúnico.
MEU PEDIDO? EU NÃO PEDI PARA NASCER MÉDIUM DE "INCORPORAÇÃO"!
É verdade, eu não pedi! Eu implorei! Eu roguei! Eu supliquei aos meus mentores e amigos espirituais para eu nascer (como nasci) médium de "incorporação".
POR QUE EU FIZ ISTO?
Porque eu já sabia que, se aquele meu pedido fosse aceito (como foi) eu nasceria médium de "incorporação" (como nasci) e assim, se eu bem cumprir o meu Mandato Mediúnico, o meu prêmio será grande, muito grande!
QUE ENORME PRÊMIO É ESTE?
Na realidade são (ou poderão ser) dois magníficos prêmios. O primeiro é a minha profunda satisfação espiritual resultante dos meus bons serviços prestados aos meus próximos através dessa minha mediunidade de "incorporação". O segundo poderá ser a minha premiação com a chamada "pena cármica alternativa".
Em palavras mais claras, uma parte dos meus grandes (ou enormes) débitos cármicos atuais que normalmente me causariam enormes e longos sofrimento poderão ser trocados pelo meu exercício gratuito, em benefício da comunidade, dessa minha mediunidade de "incorporação".
QUE MARAVILHAS ESSES PRÊMIOS! NÃO SÃO?
Depende! Sempre depende do meu livre-arbítrio, haja vista que, neste caso, eu sempre tenho três opções:
- Primeira opção EXCELENTE
- Se eu bem cumprir esse meu Mandato Mediúnico ou seja, se eu exercer essa minha bendita mediunidade de "incorporação" com boa vontade, amor, fraternidade, solidariedade, dedicação, responsabilidade, alegria, etc. Será ótimo para mim porque, além da minha profunda satisfação pessoal de eu bem servir aos meus próximos, eu serei beneficiado com a quitação de uma significativa parcela dos meus débitos cármicos, de maneira proporcional ao bem que eu tiver causado aos meus próximos através dessa minha tão bendita mediunidade de "incorporação".
- Segunda opção RUIM
- Se eu mal cumprir esse meu Mandato Mediúnico ou seja, se eu exercer essa minha bendita mediunidade de "incorporação" sem boa vontade, sem amor, sem fraternidade, sem solidariedade, sem dedicação, sem responsabilidade, sem alegria, etc. Será ruim para mim porque, em primeiro lugar, eu não terei aquela satisfação íntima, em segundo lugar, apenas uma pequenina parcela dos meus débitos cármicos serão quitados, e em terceiro lugar, eu terei contraído novos débitos cármicos conseqüentes daquela minha má maneira de exercer a minha tão bendita mediunidade de "incorporação".
- Terceira opção PÉSSIMA
- Se eu não cumprir esse meu Mandato Mediúnico ou seja, se eu firmemente me recusar a exercer essa minha tão bendita mediunidade de "incorporação" - além de, obviamente, eu não ter nenhuma satisfação íntima e não receber quitação de nenhum débito cármico, eu terei aumentado muito os meus débitos cármicos, como conseqüências daquela fragorosa derrota do meu Mandato Mediúnico.
Observação: As conseqüências do mau exercício mediúnico, e mais ainda da recusa do médium em exercer a sua mediunidade, são ainda maiores porque cada Mandato Mediúnico é um elo de uma corrente de trabalho espiritual que compreende as correspondentes equipes de guias mediúnicos. Em outras palavras, esse parcial ou total fracasso mediúnico implica em graves e sérios prejuízos ao trabalho do bem aqui na Terra.
ENTÃO... O MEU MANDATO MEDIÚNICO É...
em resumo, simplesmente eu bem exercer, da melhor maneira possível, essa minha bendita mediunidade de "incorporação".
Em outras palavras O meu Mandato Mediúnico consiste em eu exercer essa minha mediunidade de "incorporação" sempre gratuitamente e sempre com boa vontade, amor, fraternidade, solidariedade, dedicação, responsabilidade, alegria, etc.
O QUE É DESENVOLVER UMA MEDIUNIDADE?
Antigamente, quando eram ainda menores os nossos conhecimentos das mediunidades, achávamos que desenvolver uma mediunidade era acelerá-la praticamente à força. Mas agora, felizmente, sabe-se que não é nada disto, haja vista que, em cada médium, a sua mediunidade, em sendo um processo natural, tem seu próprio tempo de afloração, crescimento e maturação.
Assim sendo, em um médium a sua mediunidade pode, subitamente, se manifestar plenamente, mas em outros médiuns pode demorar dias, semanas, meses ou anos. Enfim, nas mediunidades cada caso realmente é um caso. Além disto, também se sabe que a melhor maneira possível de desenvolver uma mediunidade em um médium é desenvolver o médium, melhor dizendo, é o próprio médium se desenvolver.
Portanto, eu sei que eu mesmo devo me desenvolver como médium, ou seja, eu mesmo devo desenvolver os meus conhecimentos e as minhas aptidões de médium de incorporação.
COMO EU DEVO ME DESENVOLVER COMO MÉDIUM DE "INCORPORAÇÃO"?
Em qualquer atividade humana, somente aqueles que adquirem os necessários e suficientes conhecimentos teóricos e práticos podem ser competentes. Além disto, após adquirir os conhecimentos iniciais, sempre é indispensável o constante aprimoramento.
Portanto, para eu bem me desenvolver como médium de "incorporação", é absolutamente indispensável que, após eu adquirir aqueles conhecimentos indispensáveis, continuamente eu aprimore tanto os meus conhecimentos teóricos quanto a minha prática da minha mediunidade.
Observação: Como sabemos, infelizmente existem médiuns de "incorporação" que exercem suas mediunidades sem a menor preocupação tanto em estudá-la quanto em se desenvolver como médium. Eles nem sequer se preparam convenientemente nos dias dos seus trabalhos mediúnicos. Como é óbvio, essas pessoas podem ser consideradas (no mínimo) como médiuns relapsos e irresponsáveis!

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